Mágoa
Feri-me com sua lâmina oh desprezível
sentimento que me tortura.
Nas grades infinitas do invisível
és tu que tenho como clausura.
Ave das trevas, oh ave dos lúgubres cantos,
aqui no peito
com lágrima e pranto seu ninho
por isso tivestes feito,
por isso, pra mim sofrer-te sempre sozinho.
As noites que os luares à mim não trazes
á paz, rastejando vem-me silenciosa...
E dos abismos que vens o passado fazes
tornar-te em caos meu presente oh tenebrosa.
Que me acompanhas desde outrora
como uma sombra que ia
perto de mim...
Serena e rindo há dizer-me que iria
seguir-te comigo até o fim.