o velho homem do mar
Jacaré vivia sozinho,
ele e a imensidão do mar.
Não tinha dentes na boca,
mas muitos sorrisos pra ofertar
As nativas vinham de outros mares
Cheias de amor para lhe dar
E nos bailes noturnos do vilarejo
Ainda vejo jacaré sorrindo
Para o seu amor conquistar
Pé de valsa, coração de asas
Conquistava com apenas um olhar
De dia, trabalhava na praia
Para seus caprichos sustentar
Uma velha carroça
Um burro pangaré
E muito da vida para ensinar
Gostava de uma branquinha
Pra seu único amor relembrar
Passava horas a fio,
contando suas façanhas
Era apenas um filho do mar.
Benvinda Palma