Intransponível
► Ouço lá fora o murmúrio do mar...
E por quantas e quantas noites me deixo invadir por suas águas que sempre lavam e aos poucos vão secando as minhas lágrimas.
_ É que para a alma que insiste em sobreviver, há sempre tempo de recomeçar.
► Daquele tempo...
Gostaria de saber se eu seria a única exagerada no amor, naquele lugar que um dia existiu, onde havia tantas pontes, tanta vontade de tocar loucamente
o mais doce impossível colorido horizonte.
A perda dum amor nos deixa muito triste, onde se forma um abismo intransponível, olhamos a vida nos chamando do outro lado sem podermos ir, e assim seguimos para sempre tristes, vivendo por viver.
► É assim num mundo paralelo.
Feito aranhas, seguimos a lei da vida, tecemos frágeis sonhos que com um sopro se quebram e nos lançam à triste vida que cumpre o seu destino,
que foi ter amado profundamente, para no fim o seu amor morrer,
sem razão, emudecido, hoje tudo se fechou como um tempo nublado, daqui
não vejo mais nítido o meu sol, restos de nuvens apressadas passam passam
sigo suas sombras buscando abrigo, em vão.
_ Liduina do Nascimento