Intransponível






                         Ouço lá fora o murmúrio do mar...
E por quantas e quantas noites me deixo invadir por suas águas que sempre lavam e aos poucos vão secando as minhas lágrimas.
_ É que para a alma que insiste em sobreviver, há sempre tempo de recomeçar.

                          Daquele tempo...
Gostaria de saber se eu seria a única exagerada no amor, naquele lugar que um dia existiu, onde havia tantas pontes, tanta vontade de tocar loucamente
o mais doce impossível colorido horizonte.
A perda dum amor nos deixa muito triste, onde se forma um abismo intransponível, olhamos a vida nos chamando do outro lado sem podermos ir, e assim seguimos para sempre tristes, vivendo por viver.

                          É assim num mundo paralelo.
Feito aranhas, seguimos a lei da vida, tecemos frágeis sonhos que com um sopro se quebram e nos lançam à triste vida que cumpre o seu destino,
que foi ter amado profundamente, para no fim o seu amor morrer,
sem razão, emudecido, hoje tudo se fechou como um tempo nublado, daqui
não vejo mais nítido o meu sol, restos de nuvens apressadas passam passam
sigo suas sombras buscando abrigo, em vão.



 _  Liduina do Nascimento  
Enviado por Liduina do Nascimento em 18/01/2018
Reeditado em 20/01/2018
Código do texto: T6229167
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