Assim caminha a humanidade
Neila Costa
Vestido em velho blue jeans,
O jovem-adulto pára no tempo
E se acha um James Dean,
Com sua jaqueta de couro...
Mas se esquece que na vida
Não passa de mero calouro,
Apenas um simples mortal.
Mesmo assim o ser humano
Dirige alcoolizado
E, tanto faz, se na semana
Ou durante o seu final!
E se quem atropelou
É humano ou animal.
Um tremendo tresloucado!
Gente assim
Vem se estendendo
Tal e qual bicho cupim!
Igualmente, os assaltantes
Com suas metralhadoras,
Bombas, facas e punhais,
Invadindo residências,
Ônibus, mercados e tais!
Gente, que coisa infernal!
Quando chega a policia, então...
É um Deus nos acode!
É um corre-corre,
É bala perdida que explode...
Só Ele pra nos livrar do mal.
E o bandido ainda tem a cara de pau
Pra dizer que é doente mental!
O malfeitor aterroriza a favela,
Usa crianças pra vender sua droga,
Estupra a donzela,
Mata o seu pai,
Faz a família passar vergonha...
A polícia o põe pra correr,
Ele disfarça... E da favela não sai!
Ainda acha que é fama
Aparecer nos jornais.
Menos para bem do que para mal,
São muitos os sinais...
Escravizada pela triste realidade
Vive hoje a sociedade
Sitiada por tantos desmandos...
“Assim caminha a humanidade”!