O CHORO DA FLÔR
Poema de:
Flávio Cavalcante
I
Às lágrimas estava ela tristonha
Atarantada não parava de balouçar
Travada pela insuportável dor e medonha
A flor não parava de chorar
II
O condolente e afetuoso beijo do colibri
Deixou-a sem lagrimas a soluçar
Trazendo a esperança que a fez sorrir
Lembrando que a lembrança não vai se afastar
III
A morte faz parte do nosso destino
Nos faz atravessar a grande estrada
Nos acompanha desde muito menino
Levando a saudade doída e malvada
IV
O que resta é o pó e a boa lembrança
Das agruras árduas, mas vitoriosas
De nos encontrarmos entre aliança
Sentindo o olor das flores cheirosas
V
Banhada pelo coro de cigarras irmãs
Borboletas que pousaram em confortável colo
Mostraram que a vida renasce a cada manhã
Devolvendo a pétala e sua essência para o solo