Torpor antigo!

Por fim desperto de um torpor antigo,

Elevando a cabeça a procura de alguma luz,

Por entre a penumbra do aposento...

Que venha por alguma fresta da janela,

Que penetre profundo no aposento escuro!

Lento afasto as pesadas cortinas,

Tremulo a escuridão desvirginizo,

Arrombo as amarras da solidão...

Tão insano...

Visão então tão turva...

Tremulas as mãos, passeando pelos cabelos, despenteados,

Quanto tempo? Quanto tempo que eu não me sinto...

Morto? Vivo?

Quanto tempo...

Na boca um gosto esquisito,

Na mente um nome meio que esquecido...

No peito um aperto,

Dor...

Torpor antigo!