O MORDOMO
CAPÍTULO I – FADAS EXISTEM
Apareceu um mendigo no Portal dos Sonhos e Magia.
A suas mãos sujas traziam consigo também um sujo Pires.
Ele encontra ninguém menos do que a Fada Arco – Íris,
Embora no momento não entendesse o que lhe acontecia.
O mundo está doido mesmo! Vaga-lume em pleno dia...
Será que é um vaga-lume mesmo? Vou verificar se é...
O pedinte, ao se aproximar do inseto que a luz irradia,
Tem uma surpresa: - fada?! Como pode? Ateu não tem fé!
Pare com essa cara de incrédulo! Fadas existem! A eu aqui!
Fale comigo, pedinte, quero saber um pouquinho mais de ti.
Só de ver você é sinal de loucura, imagine conversando então?!
Tu és pior que São Tomé! Todavia te convencer, eu não desisti.
Fada Arco-Íris voa até ao braço do mendigo e dá um forte beliscão.
Ai! Quase me arranca o pedaço do meu braço! Belisca-me mais não!
CAPÍTULO II – O PRÍNCIPE DO LAR
Beliscarei novamente, caso continues negando a minha existência.
Com o vermelhão em meu braço, o meu materialismo disse adeus.
Tudo bem. Agora me fala sobre ti. Não preocupes, tenho paciência.
Chamo-me Enrico. Meu nome significa “príncipe do lar”. Os meus
Amigos, quando os tinha, chamavam-me de Rico. Troça do destino...
Foste sempre pedinte ou alguma coisa te levou a viver na mendicância?
Eu sou mordomo. Um alto nobre bolou contra mim um plano malsino.
Caí na cilada dele e fui preso como ladrão, condenado na última estância.
Juro pelos deuses que sou inocente! Mesmo assim tiver que pagar a sentença.
Depois que saí da prisão ninguém quis me empregar. Única saída: pedir esmola.
Não sou ladrão. Sou um trabalhador honesto, mas perderam em mim essa crença.
Conceder-te-ei um desejo. Creio na sua honradez, inocência e em ti como trabalhador.
Fada Arco-Íris, quero meu emprego de volta. Em qualquer lugar, menos de onde vim.
Aqui há um príncipe encantado precisando de mordomo. Aceita? Oba! Claro que Sim!
O FILHO DA POETISA