Afunilando sonhos
Tão sovina era o avaro
Que no vazio buscando amparo
Tinha que um amor comprar
Achou demasiado tomar para si o mar
Pegou para singrar apenas um lago
Sem sereias que lhe dessem afago
Sem grumete que gritasse “Terra à vista”
Sem gaivota anunciando terra
Sem marolas que a calmaria despista
E as namoradas em cada porto?
Somente a dobrões ele se aferra
Tinha uma bússola com ponteiro torto
Tinha uma âncora cravada no fundo
Que não lhe deixava conhecer o mundo
Fixando-se no o lugar das arraias
Avistava as margens, nunca a praia
Regateando um barco, comprou um barril
E o sol, só bronzeava de um lado o seu perfil