R e c a n t o d o s v e n t o s
As portas pareciam falar, na verdade falaram,
Pedindo para que fosse
Foi de olhos fechados
Por não ter pressa de chegar
Parava em cada estação,
Atravessou mares e multidões
Cansado da maresia
Foi esconder os seus sonhos com zelo
um a um por trás das montanhas
depois de resgatá-lo da ilha dos segredos
Onde os deuses
Eram proibidos pisar
Dali se podia ver dos homens,
Os medos
e suas falta de esperança, pois se fez oceanos
de
Fragilidades
Inseguranças.
Belo mesmo
Era observar a rara simplicidade
verdadeira nos gestos,
E olhares de alguns.
Triste era perceber a vaidade invadindo
as almas que sem sossêgo
Iam de um lado para o outro
Sem chegar a lugar nenhum.
Assim permaneceu
Num recanto onde só os ventos
conseguiam chegar.
Imutável mesmo era o amor,
descansando tranquilo
Sem se preocupar, fazendo-se cumprir
O seu destino
Ciente de que existia, não tinha como mudar
Porque o amor era teimoso,
Mimado feito um menino.