OUTRA NOTICIA DE JORNAL
Entrou no bar de noite
E depois de tanto açoite
Caiu de face no chão.
Ao romper a Aurora
Tranquila e formosa
Libertou-o do grilhão.
Um canto do rádio
Bonito e seráfico
Rompeu dum clarão!
Um anjo perfeito
Do corpo desfeito
Voou para imensidão.
E até hoje de longe
Se houve o nome
Dum grito ribeirão:
Liberte os meninos
Que sofrem, feridos
Pescando em vão!
E até hoje corre
O conto do pobre
Pescador de vazia mão.
Caiu de tanto trabalho
Naquele duro assoalho
Naquela solidão.
E uma negra ave
Divina e suave
Pegou-o pela mão.
Era treze de maio
Do seu aniversário
Libertado da aflição.