Vestida de natureza
Despe-te das tuas asperezas,
os espinhos da alma, retira-os um a um
e vista-te de natureza,
de primavera, de sorrisos,
de folhas molhadas de orvalho
para alimentar a tua vida seca, sem flor.
Livra-te de feridas e cicatrizes que sangram,
deixe-as para lá! Aformoseia o teu olhar.
Uma semente caída em solo seco, com tuas lágrimas,
logo, outra vez, germinará.
Despe-te de tua natureza morta
e de teus vãos anseios e
espera com paciência
as novas flores que haverão de brotar.
Assim, despida da amargura,
longe das tristezas e de todo o pesar,
serás flor de formosura,
natureza a encantar.
Paula Belmino