Fantasma de Mim

Segunda cruel e primeira...

Segunda e última de vez,

Secou meus olhos e inundou meus anos...

De você.

Lutei por nós e no final pra mim mesmo...

Difícil realidade em tranças e tramas...

Dividem subtraem...

Dias de fraqueza e covardia sua máscara...

Anos que passaram e passarão...

É uma questão das primaveras...

Em flores sem você.

Colhendo espelhos refletidos...

É melhor colher agora o fruto verde,

Que encontra-lo no chão apodrecendo

É verdadeiro o que se move o tempo todo...

Buscando um lugar para derreter-se e desmanchar na terra...

Licoroso e sem nutrientes...

Sugado e forma lamacenta...

E meu pensamento o molda conforme a lembrança toca...

E sem saudade se desfaz em suas mãos, o tempo...

E nada morre numa grande força de amor...

Quanto mais se perde, mais se ganha...

Mais penetra, mais impregna...

De você em mim.

É tanto amor amordaçado, amarrado...

Mudo, transpirado e solitário...

Que me sinto um fantasma de mim.

CARLLUS ARCHELLAUS
Enviado por CARLLUS ARCHELLAUS em 12/01/2018
Código do texto: T6224572
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