Para O Consumo Da Alma
Meus versos simples nestas linhas tortas
Falam das coisas em que acredito:
Minhas verdades que escancaram portas
E inquietudes as quais não explico.
Na voz sem força busco a melodia
Que ao meu ouvido sussurra segredos
E as xucras notas da viola esguia
Intransigentes me escapam aos dedos
Mas eu resisto sem dar importância
E me entretenho nestas tardes calmas
Pois sei que o fruto destas minhas ânsias
São o alimento pra minha própria alma
Procuro lumes mas sem holofotes
Que me conduzam como a luz da lua
Na humildade de um pequeno archote
Na voz do verso com verdades cruas
Se escrevo pouco, canto e desafino
E a viola me machuca as mãos
Eu sigo o rumo ao qual me obstino
Para a palavra se fazer canção
Tateando acordes sonho achar caminhos
E me consolo, pois sou mesmo assim
Me recompondo em cordas de espinhos
Nestas cantigas que faço pra mim.