CENTRÃO DA CIDADE GRANDE
Edifícios cinzentos
compondo a selva cinzenta
no glamour da noite
nas esquinas frias
mesas de ninguém
amores de todas as cores
bêbedos, gigolôs, charlatões
amores de ninguém
musicas ruidosas
vozes se misturam
calçadas sinuosas
cartazes semi-caidos
ornamentando o centrão
nos antigos cinemas
fiéis rogam a salvação
hoje são templos religiosos
com seus pastores evangélicos
curando no atacado paraplégicos
incertezas vistas de perto
no efervescente caldeirão
o centrão da cidade grande
limite extremo da ilusão