REFLEXO

Me vi, de repente,
na vitrine refletida.
Entreparei espantada!
Quem é essa que me espia
vinda de longe, de antanho,
os espaços desbravando,
a face obscurecida?
Campânulas remotas
empanam meu rosto
como uma monte de frangalhos.
Quisera poder refazer
essas costuras rasgadas,
essas linhas entrecruzadas...
Silhuetas violetas,
desenho apagado de mim.