PODE SER QUE DE TANTOS OLHARES
Pode ser que de tantos olhares
Um só nesta vida o comova.
Aquele diverso dos vulgares
Que cresça e lhe dê forças.
Para lutar contra os fortes mares
E ver claro onde há noite.
Para espantar pesados males
E por fim a erva má com firme foice.
Que olhos deseja ele que lhe contem
Os segredos de dias felizes?
Quem o tira deste monte
Onde se esconde a face triste
Deste pequenino monge
Que cego fugiu e ainda vive?