RUAS DOS ANOS

Na rua dos anos que passaram

entreolhando-se pelas brechas

revejo as ruas que o tempo levou

os mesmo abraços

os mesmo ensejos,

os mesmos laços

rua do vão trabalho

rua de sempre...

Há alguém desdizendo o horário

mas já o tempo se faz adiantado

num peito tão comovente

na rua dos solitários

a musica da hora relembra a rua

tão nua e tão vil

artérias tão indolentes

os dias parecem os mesmos

mas não os saõ

o tempo jamais se arrepende

o amanhã que trará o hoje

e o ontem que não se desprende

rua dos execráveis

purulenta rua de escravos

num ano que não é novo

d'um povo abandonado

que a rua agora os acolha

às margens dos anos passado.

Mr.Castilho