cancioneiro do silêncio
cessaram as borboletas e os grilos,
até as cigarras se calaram.
nas estradas, nos beirais das sacadas,
o que existe agora é só silêncio. lívido, cancioneiro de outros tipos de acorde,
o tom natural das coisas feitas
do vazio.
apagaram-se também os vagalumes tristes,
exaustos do brilho da sua luz e da solidão
dos seus brejos, pousaram
suas infinitas asas.
não cantaram, não voaram
apenas calaram-se.