AURORA NUBLADA

AURORA NUBLADA

Aurora nublada

Não posso fazer nada

Um nada me invade

Qual a rua vazia

Silêncio (ex) cachorro

Latido acompanhado

De escapamento de moto

Perturbando a paz

Lá vem um homem

Remexe no lixo

Garimpa uma latinha

Sai andando sem rumo

Com quase nada

O jornal com o de sempre

Que ninguém aguenta mais

Os nadas que ocupam folhas

Que antes limpavam rabos

Embrulhavam verduras

Agora nem cocô de cachorros

Que vivem em sacolas

De efeito estufa

Meio calor meio fresco

Meio frio meio chuva

Meio nada

Que da janela apaga as luzes

Sempre artificiais

Sempre um nada que parece tudo

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 10/01/2018
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