MEMÓRIAS DE UM PARAFUSO.

Sofri o maior

de todos ultrajes,

penetrei na carne

mais dura de uma

peça,

recebi pancadas,

me entortei e me

endireitei,

fui esquecido nas

entranhas escuras

da carne da negra

moça.

Lembro-me não

havia gretas,

seu corpo era uma

massa

compacta e muda,

me forçaram a penetrar

seu corpo imaculado,

e assim entre ruídos

e choros me vi

escondido para o

resto da minha vida.

longo foi o tempo de

penetração,

e o pó negro solto ao vento

levava todo meu medo,

enfim acabou o sofrimento,

eu e ela nos tornamos

amante para sempre.

o tempo foi então passando,

chuva , sol, frio, e

meus medos nas noites cruéis,

e suas dores sustentando

o peso, as alegrias e as

tristezas de uma família.

Hoje me resta as memórias,

ainda ouço

o momento do ato e

a dor do encaixe eterno.

Neste exato momento

nos sentimos velhos,

a tempo que não vejo

nada senão a escuridão

de uma amarga solidão,

durarei por tempos

neste ambiente insosso,

este é meu lugar,

daqui desprezo minhas

lágrimas,

e ouço o pulsar ácido

de sua carme,

morreremos juntos

em outras dores,

assim é nosso destino.

Divino Ângelo Rola
Enviado por Divino Ângelo Rola em 09/01/2018
Reeditado em 10/01/2018
Código do texto: T6221716
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