NO FIM DO HORIZONTE
 
No deserto,  não vê agitar com triunfo a palmeira?
Erguendo-se ao céu como um recuo verde?
Não está vendo a água descer da banda da montanha
Como sangue que flui de uma estranha ferida?
Bem lá... onde a vista se perde e acaba a terra
Palmeiras se abanando, como estandarte de guerra
Ramas rígidas pelo céu, como clamores na terra
Penitência ou blasfêmia?
No horizonte, o que avistas?
O deserto, somente o deserto...
Estais cego! É necessário ver algo, mesmo que no nada
Seja o que for, alguma coisa...
A esperança fingida ou algum destino que conspire
A vida absurda e cega, a razão, um sentido de encontrar uma solução
E no final, mesmo que a porta do nada se abra...
No horizonte, o que avistas?
O deserto...

 
Edson Fernandes Theodoro
Enviado por Edson Fernandes Theodoro em 09/01/2018
Código do texto: T6221642
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