NO ASFALTO

Morre no asfalto...

Anta, lobo e gato

onça, bode e sapo

galinha, galo e galo.

Morre...

O cachorro e o dono do pato

a mala o cadeado o saco

morre, jegue, cavalo e gado

jacaré cobra e cagado...

Gente boa e os safados.

Morre no asfalto...

Alegria, dia e noite

sedo meio dia e tarde

tino, sino e badalo.

Morre...

A felicidade, verdade e gabo

montante de hoje e ontem

noite horizonte e fado,

a ponte para o futuro...

A flecha atirada ao monte.

Morre no asfalto...

Combustível, fumaça, embalo

lembrança distancia malho...

Todo tipo de aero tipo

toda grife, todo ralo.

Morre no asfalto...

Toda cor e todos embalos

ritmos, som e seus estalos

todo peso e todo fardo,

as sentenças com seus mandos...

E os encargos com seus horários.

Morre no asfalto,

todas as falas

e todos tiks dos gagos...

Silencio e afretamento

sonho de fé e plano,

e os segredos de fulano.

Morre no asfalto...

O homem a mulher o prado,

e o ritmo do velho diabo.

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 09/01/2018
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