# "O POETA DA ROÇA" UM TREM BÃO DO SAUDOSO PATATIVA DO ASSARÉ

Sou fio das mata, cantô das mão grossa

Trabaio nba roça, de inverno e de estio

A minha chupana é tapada de barro

Só fumo cigarro de paia de mio

Sou poeta dos brenha, não faço o papé

De algun menestré ouerrante cantô

Que veve vagando com sua viola

Cantando pachola, à percura de amô

Não tenho sabença, pois nunca estudei

Apenas eu seio, o meu nome assiná.

Meu pai, coitadinho vivia sem cobre

E o fio do pobre não pode estudá

Meus verso rastero, singelo e sem graça

Não entra na praça, no rico salão

Meu verso s[o entra no campo da roça e dos eito

e as vezes recordando feliz mocidade

Canto uma saudade que mora no meu peito.

Substrato do Jornal Estado de Minas, divulgado em Sexta-feira, 18 de Setembro de 2017.

Patativa do Assaré 05/03/1909/08/07/2002

Pacomolina
Enviado por Pacomolina em 08/01/2018
Reeditado em 20/05/2021
Código do texto: T6220571
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