# "O POETA DA ROÇA" UM TREM BÃO DO SAUDOSO PATATIVA DO ASSARÉ
Sou fio das mata, cantô das mão grossa
Trabaio nba roça, de inverno e de estio
A minha chupana é tapada de barro
Só fumo cigarro de paia de mio
Sou poeta dos brenha, não faço o papé
De algun menestré ouerrante cantô
Que veve vagando com sua viola
Cantando pachola, à percura de amô
Não tenho sabença, pois nunca estudei
Apenas eu seio, o meu nome assiná.
Meu pai, coitadinho vivia sem cobre
E o fio do pobre não pode estudá
Meus verso rastero, singelo e sem graça
Não entra na praça, no rico salão
Meu verso s[o entra no campo da roça e dos eito
e as vezes recordando feliz mocidade
Canto uma saudade que mora no meu peito.
Substrato do Jornal Estado de Minas, divulgado em Sexta-feira, 18 de Setembro de 2017.
Patativa do Assaré 05/03/1909/08/07/2002