Partícula diminuta de uma ode à morte
Não temo-te
Óh morte!
Nada sei
Sobre a montaria final
A tourada, o manto
O riso alto do tempo.
Mas provo-te,
Todos os dias!
Teimo em convidar-te
À música de câmara
O sereno das noites
A taça de vinho tinto.
Mudo-te os nomes
Poesia
Gozo
Segredo
A Faca no peito
Demora
Para que também me chames
Pelo nome, intensa, jorrante e viva
Nos saguões onde me encontras
Nunca indiferente e solilóquia
Que ainda temos muito a ladear
Juntas,
Duas mulheres
Suas crias
Seus ventres labirínticos
E férteis desatinos.