O amarelecimento do Papirus

Ásperos são os lábios que tocam folhas de um velho caderno,

Amassadas bordas que transferem este sabor distinto;

Respaldam as folhas gastas o entrelaço do passado breve;

A enodoada mancha passada já se fora, o sol nasce e a lua continua em seu lugar!

Seguem-se as páginas e os lábios se tornam macios, não mais beijam a poeira.

A poeira fluída e leve são pontos delicados que se formaram;

Não são manchas árduas de retirada, uma ventania ou simples sopro...

E retornam a separadas partes invisíveis, no entanto pressentíveis!

São mil vezes sopradas, mil vezes ainda pressentíveis. Sim... Pequenos pontos hostis.

O olhar então seguiu a frente, estes lábios ressecados não devem mais rachar,

Mesmo que as páginas não escondam suas histórias, seu material é reparável!

Para ressecados lábios há água, para gastas páginas...

Júlia Trevas
Enviado por Júlia Trevas em 07/01/2018
Código do texto: T6219105
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