Sem Palavras
A xícara de chá repousava sobre a mesa
O romance aberto ao seu lado
Uma tarde de terça-feira
Com roteiro inesperado
As leves batidas na porta
Chegaram logo depois
Assim como a chuva
Que se transformou em retrato
Das lágrimas que corriam
Por aquele belo rosto
Ela entregou-se a tristeza
A insegurança pulsante
Em cada traço de seus passos
O abraço longo
Transmissor de força
Demonstra como o tempo
Nem sempre é desperdiçado
Os dedos que enxugam lágrimas
Os olhares que conversam sem palavras
O coração, que aceita
O próprio perdão
Por não saber a quem se entregar.