UM SOPRO

Fiz grandes poemas e li muitos livros, o que me serviu bem pouco no âmbito geral...

Sim, eu adoro os três pontinhos no fim da frase e adoro as questões que permanecem no fim da frase...

Sim, o mundo me entedia e vejo nele uma ressaca tremenda... mas também me perco em horizontes inexplorados e praias nunca visitadas!

Sim, nele vejo uma janela muito aberta e muito bonita... mas vejo uma podridão chegando e muito pouco em reverso...

Sim, ainda sou adepto de Schopenhauer e ainda acho graça nos chistes da velha guarda...

Sim, sou o espelho de algo velho, de uma era que já foi... mas resisto, como um eco.

E sopro, quase sem fôlego, mas sopro.

Caio Braga
Enviado por Caio Braga em 07/01/2018
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