DAMA DA NOITE

Dama da noite, minha irmã!

De dia fechada em si mesma

Banhanda de sol na muralha

Se passam por ti ninguém nota

Que só folhagem destaca

Perfume escondido da brisa.

Dama da noite, minha irmã!

Disposta vencer cada dia

Valente se escora nos muros

Balança-se o vento, e mais nada

Te move, te assusta, te ofusca

O brilho que interno carregas.

Dama da noite, minha irmã!

Quisera encontrar-te no afresco

No entardecer virtuosa

Acetinadas de seda

A brancura da pele se visse

Dançando ao vento e à noite.

Dama da noite, quem dera!

Sentir seu perfume tão doce

Brilhar como brilhas prá lua

Cantar teus poemas de amores

Nas tênues voltas dos galhos

Que fechas e abres à mim.

Luci Lean
Enviado por Luci Lean em 05/01/2018
Reeditado em 06/01/2018
Código do texto: T6218029
Classificação de conteúdo: seguro