PAÇO
O meu futuro eu mesmo escrevo
Nos versos de mais uma poesia leviana
Que revela para todos que eu amo,
Mesmo não amando ninguém.
Tenho em mim o que morreu
Mesmo não sendo absolutamente nada,
Não fazendo diferença alguma
Em cada palavra que eu cravo.
O meu destino cravo tecla por tecla
Nas frases de mais um conto irrefletido
Que revela para todos que eu luto,
Mesmo me escondendo em casca.
Tenho em mim o que sonho
Mesmo não interferindo
Níquel algum em cada paço
Que marco no caminho batido.
A minha sina marco na pele
Levando sobre os meus ombros
Cada afronte, adultério, injuria;
Atos dos quais orgulho-me.
Tenho em mim a fantasia
A loucura adulterada,
Um mundo profano
Inabitável, intransponível.