Catarina!
O mar revolto que foi a minha vida,
Onde as últimas bolhas de ar pareciam subir a tona d’água,
Dissolves-te com o tempo,
Com o toque de teus dedos,
Pelos quais senti-me acariciado...
Pelos quais fui conduzido ao aconchego de teu peito,
Onde com a cabeça baixa e em silencio,
Fui deixado!
Estives-te ao meu lado, a cada passo que dei para frente,
Teu olhar tão grande e tão atento,
Insuflando calor em meu coração,
Esperança em meus pensamentos!
O mar revolto, assim, assim águas passadas...
Lembrança de batalhas e tormentos,
Caminhos de águas, que me levaram a encontrá-la!
Saudade! Aperta-me profundamente o peito.
28/04/86