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LEMBROU-SE
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Lembrou-se de quando ela vinha
- chuva -
e o cheiro bom do teu corpo
- terra úmida  e fértil -.

Lembrou-se da Lua
e dos reclames
e da pluraridade das palavras.

Lembrou-se do rasgo no verso,
do café,

da companhia mesmo que na ausência,
da eternidade nos instantes,
do desejo...

Lembrou-se dos grilhões
quando os teus pés roçavam poesia.

Lembrou-se dos abutres
e a fraqueza que é a fome...

Lembrou-se do vinho
e da poesia sem rima,
dos sorrisos e das angústias.

Lembrou-se dos cenários construídos,
dos pés adorados,
do dorso loiro sobre a cama e dos livros
como aves nas estantes
- almas insatisfeitas -.
oOoll NOTURNA lloOo
Enviado por oOoll NOTURNA lloOo em 04/01/2018
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