___SEMPRE SE NAUFRAGA


Na sua valsa contemplativa
- fez-se Noturna -,
de olhos tão negros
da noite mais escura.
Desdobrava-se _ Corvo  _ entre os seus dedos.
 
À  luz do mundo
 - cegueira -,
de tal maneira
que sorriem seus lábios.
 
Olhos 
- profundos rasgos -
terão algum dia de observar o mundo?
Olhos corvos!

Murmura o mundo
- penetrante aos ouvidos -
corpos marinheiros a vagar lentamente
- encerrando a paisagem -
à superfície do naufrágio.
 
Olhos jazidos sob os arcos das pálpebras
- quase extintos  -
cegos e alheios ao mundo,
flores que se esquivam à luminosidade,
seguem apartados da matilha.

 



 
oOoll NOTURNA lloOo
Enviado por oOoll NOTURNA lloOo em 04/01/2018
Reeditado em 04/01/2018
Código do texto: T6216714
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