Os brinquedos da vida
Bolinhas de gude não ferem a terra
Amarelinhas não matam espaço
Brincando de amor com a guerra
Poema solto, em papel almaço
Esconda-se, que eu saio a procurar
Conte até 100, ou até mil para sumir
Nunca referência é número impar
Comodismo é forma de se iludir
Vive-se catando tesouros pelo mundo
Cate aquele anel, se é anel passado
Não vasculhe o baú até o fundo
Assista teatro, em maranhão empinado
Corte o pé, faça maratona do pique
Alvoroce o galho, ameace o ninho
Que a tira do estilingue se estique
Mas sem colocar em risco o passarinho
Balões, um mundo permeado por fantasias
Que mascaram os heróis, e salvam o planeta
Um mundo que o tempo de crescer esvazia
Sou platéia em dirigível, e de lá uso luneta