A voz do tempo

Alonga-me um quadro da natureza

As árvores me puxam para fora

Dos pulmões; O céu me excede.

Inclino o corpo como quem escuta

Dentro da pintura a voz do tempo.

Estico minhas mãos à finitude.

Por um instante, sinto a vida

Desatando as molduras que em nós

Enclausuram o corpo e o movimento.

Liberto o sentimento, ouço

Chamar o que não se dá a saber.

Desejo, logo caminho.