Sem rastros

Não deixei mapas registrando minhas passagens

Não deixei comédias contando minhas alegrias

Não existe Caixa Preta revelando os erros que causei

Em minhas escrituras existem apenas rubricas

Nada que possa ter a firma reconhecida

Contam de mim, pessoas com quem vivenciei

Cacoetes, hábitos, idiossincrasias serão lembrados

Jeito próprio de ser, um mal humorado

Uma ironia, criando imagens com bens penhorados

Minha lápide não terá grande texto

Laços de afinidade não me terão exaltado

Quem sabe uma trova, de um poeta menor:

Para que toda uma vida

Caberia numa crônica

É odisséia desmedida

Ode quase que irônica

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 03/01/2018
Reeditado em 03/01/2018
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