Sem rastros
Não deixei mapas registrando minhas passagens
Não deixei comédias contando minhas alegrias
Não existe Caixa Preta revelando os erros que causei
Em minhas escrituras existem apenas rubricas
Nada que possa ter a firma reconhecida
Contam de mim, pessoas com quem vivenciei
Cacoetes, hábitos, idiossincrasias serão lembrados
Jeito próprio de ser, um mal humorado
Uma ironia, criando imagens com bens penhorados
Minha lápide não terá grande texto
Laços de afinidade não me terão exaltado
Quem sabe uma trova, de um poeta menor:
Para que toda uma vida
Caberia numa crônica
É odisséia desmedida
Ode quase que irônica