FIM DE ANO, FIM DE ESTRADA
No retrovisor do tempo,
Olhando o ano morrente
Qual estrada percorrida,
Eu, peregrino insistente,
Desci serra, monte, morrote,
Topei caminho ascendente,
Planuras, baixadas e pontes.
Subi ladeira renitente,
Às vezes, engatinhando,
Ou claudiquei, impotente...
A estrada-ano acabou...
E em seus atalhos perversos
Que teimaram em ensinar-me
Os seus valores inversos,
Guardo, hoje, confiante,
Meus pensamentos imersos
Ou, ainda seguindo
Por caminhos reversos,
Demonstro meu protesto
E me embriago de meus versos.