SOB O RUÍDO DO VENTO.
Brisa fria noite longa,
quente amor a levitar
me vem a lua de prata
com sua cara regata
louca pra me encantar.
Poema pobre de rimas
poeta em depressão
só sei que o dia me leva
pras bandas lá do sertão.
Sei lá, meu bem
se mundo anda pra traz
o que ponho neste verso
não há quem deva cantar.
Vem correndo em disparada
meus braços é seu cobertor
na brisa fria da noite
o nosso amor se encontrou.
Vem sim, vem não
o céu nos da atenção
no encontro de tantas águas
destes dois ribeirões.
Não chore o tempo que foi
pense no que virá
se nosso amor convergir
e nossos corpos se encontrar.
Brisa fria noite longa
nas margens dos ribeirões
nossos corpos a deriva
nas relvas frias do chão.
A noite que dedilhava
a musica da imensidão
os vaga-lumes tão belos
eram nosso lampião.
Sei lá, meu bem
o que vai acontecer
só sei que a vida é breve
bem mais do que um querer.
Amor quente a levitar
sobre o silencio da noite,
as mãos do tempo é isso
é um pesado açoite.
Você lá, e eu aqui
noite fria, amor quente
vou encerrando o poema
sob o ruído do vento.