ANO NOVO SEM INÍCIO...
Chega a termo o ano em curso
E não há nem um recurso
Que o torne diferente...
Belicoso, calmo, frio
Quente, pasmo ou nervoso
Já se torna antigamente...
Este ano já idoso
Sem estatuto, sem asilo
Foi maduro com estilo,
Mas menino curioso...
E um dia foi semente
No sigilo inteligente...
Nos trezentos e sessenta e cinco
Cada dia tem seu vinco
Só de quatro em quatro anos
Vinte nove em fevereiro
Acrescenta-se o bissexto
Aumentando os desenganos...
Nos cabelos teus grisalhos
Com teus sonhos, esperanças
Retrospectivas lanças:
Lembram-te ainda pirralho
Cambaleante em teu andar
Bom ou mau, quem saberá...?
Cada ano nasce e morre
Já foi lento, agora corre.
Quando nasce está confuso
Com abusos que lhe dão...
Nos teus dias quem percorre?
Os bilhões no coração...
Ano que não tem início
Um contínuo vento passa
Na alegria ou na desgraça
Calendário fez teu vício...
Tudo agora é comum
Dividido está no tempo,
Mas do meu olhar contemplo
Todo tempo é só um...
Pois, os anos só perecem
Aos que perdem-se na vida...
És criança dividida,
Ano!
Pelos séculos que tecem
Os milênios que se perdem...
Mas que eternidade afora
Faz no infinito unidas
Nos teus dias só auroras...
Autor: André Luiz Pinheiro
31/12/2017