A gralha e o trigueirão
No meio do milharal tinha um espantalho
Ele nunca gostou de milho
Mas só afugentava as gralhas
Nos campos onde se plantava trigo
Marcava o campo um trigueirão
Que nunca comia o pão
Pássaros em ninhos estranhos
Estranhavam invasivos rebanhos
Deslocados onde brotava o grão
Não se afastavam em revoada
Fixavam-se onde brotava a semente
Espantalhos, eram vigias indiferentes
Onde cabem a gralha e o trigueirão?
Na gaiola não entoam baladas
Nos campos, gulosas aves no chão