A gralha e o trigueirão

No meio do milharal tinha um espantalho

Ele nunca gostou de milho

Mas só afugentava as gralhas

Nos campos onde se plantava trigo

Marcava o campo um trigueirão

Que nunca comia o pão

Pássaros em ninhos estranhos

Estranhavam invasivos rebanhos

Deslocados onde brotava o grão

Não se afastavam em revoada

Fixavam-se onde brotava a semente

Espantalhos, eram vigias indiferentes

Onde cabem a gralha e o trigueirão?

Na gaiola não entoam baladas

Nos campos, gulosas aves no chão

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 30/12/2017
Reeditado em 30/12/2017
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