Convocação aos buarque-anos

Em tempos de conduções coercitivas

E tão coercitiva condução do tempo

Calendários marcam as contas

Da hora já e iminente por vir.

Quando a língua constituída

Violentada por vazios e violações

Se equilibra bêbada de perseguições,

Atropelos e mortes suicídas.

Enquanto isso, jornais re-torcidos

Sangram notícias em massa

De um povo oculto e papéis rasgados.

Convoquem-se, pois, os buarque-anos!

Para que o cálice embebido de memória

Afaste de nós a cor rubra do silêncio.