A tristeza liberta

 
 

 
Sei, a minha poesia é muito triste, dorme ao relento
Rejeita as estrelas, fecha-se para não ver a lua,
Dorme contemplando as nuvens
,
Ouve o que não quer, reluta contra os ventos.

Embriaga-se de  solidão, minha poesia tão sem doçura.
Voa livre com os pássaros, e se emociona,
Sente saudade, descansa nas árvores.
A tristeza liberta,
O amargor da alma não mente, pousa nos livros
Silenciosamente, abraça a loucura.

A minha poesia é sofrida, lambe feridas da alma,
Chora à negação de um abraço, dum amor
sem realização,
vã esperança, irmã da decepção...
A minha poesia ora carrancuda, deprimente,
Segue poesia, vai sem fingir alegria.

                                           Vai sem rumo, sufocada
                                           Calando,
                                           Em suas estradas.

 
O adeus foi mais que infinito, aturdido existir,
Gritando louco, o amor desfeito.
                Por ironia, ainda sorri.
Vai, poesia, desaparece no tempo, feito poeira,
Há distância garantida, para uma vida inteira.
 
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 28/12/2017
Código do texto: T6210832
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