O Amanhecer na Praça do Papa

Pela manhã, por volta das seis e pouca,

o sol bate continência na Praça do Papa.

As belas montanhas, sempre muito imponentes e duras,

antes escuras e cheias do cisma da madrugada,

agora, adquirem (um) tom ensolarado que contingencia o olhar.

Os olhos, mesmo incomodados, miram encantados

o deflorar da cidade no horizonte.

Lentamente, o que era ontem, vai se tornando hoje.

Vai virando encanto, espanto, fascínio!

Firmo os olhos tentando enxergar o Mercado Central...

Diante da imensa cruz, no ponto mais alto da praça,

eu me assento em um canto qualquer

e embasbacado com tanta beleza

miro ao longe todos aqueles prédios minúsculos

e toda aquela paisagem amorfa e distante.

A montanha feito escudo guarda as minhas costas.

No cardápio (da visão) as mais variadas sensações!

Cidade/Periferia/Céu tudo junto e misturado no mesmo plano.

O corpo embriagado e pesado da noite anterior

reclama o cansaço.

Com a alma e a mente novamente em sintonia

e com o ânimo completamente renovado,

agradeço aos céus o privilégio de ser daqui

da cidade de Belo Horizonte.

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