FOME DO TEU AMOR
Deus, onde eu te encontro?
Na sombra do oceano?
No silêncio?
Se eu te encontrar
saberei o conhecer do impossível?
Na eternidade tu mora?
No colossal do mundo de luz e fogo
é louvável não imaginar
que Santa é tua face?
Deus de horrores e pavores de glória,
quando anjos cantam
a criação do tempo,
Tu SENHOR se revela?
Majestoso e coroado das estrelas
mais inefável de dizer
em santidade do eternal,
és SENHOR e não o Sol?
És SENHOR e não a lua?
Deus onde eu posso orar?
E se eu orar
no silêncio da fome,
das chagas em púrpuro sangue
na falta de felicidade
entregue as trevas
e imerso
na loucura
do faltar
a fé...?
Deus eu com espinho
na carne, em
flagelos do humano
e do perecível
és impossível meu
viver sem
Ti, Pai.
Eu te encontro?
Eu percebo?
Eu invoco os céus...
Na graça que cura...
Pois em todo existir
és verdade a amar-me...
E todos os dias,
no iminente
nascer
do dourado e casto tempo, Tu,
quebranta meus
orgulhos
de pó,
e vento...
Vento sou, e nada de bom,
para no registro
dos versos
anjos teus à recordar esta
ordinária
criatura,
terminada
em fome,
de teu,
amor.