Alma sonhadora

Eu sou da roça, tenho vida dura

Não tenho leitura, mas eu sei rimar

Na minha luta, difícil, pesada

Eu rimo a enxada com meu capinar.

Eu faço a rima assim... como quem planta

E o sertão canta, vai de cima a baixo

E os meus versos nessas linhas tortas

Vão enchendo grotas, cacimba e riacho.

De pé-quebrado, meu verso é malfeito

Mas reflete o peito de um lavrador

Que à tardezinha, ao voltar pra casa

Se aninha na asa de seu grande amor.

Mas no meu peito, minha pobre alma

Nunca se acalma, tá sempre inquieta

Escrevendo verso e fazendo rima

Nunca desanima, sonha ser poeta.

Poeta do Riacho
Enviado por Poeta do Riacho em 27/12/2017
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