A Palavra

A palavra não me engana

Nem eu engano a palavra

A semente lavra o pensamento

Para colheita da mente sana

Quem se iludi um momento

No outro não se engana

Perdoem minh‘alma poética

Que tem sina de cigana.

A palavra não me fere

Nem eu firo a palavra

Ao que me refiro

Estando fechado não abra

Não suporto fingimento

À sombra da dissimulação

Desculpem minh’alma patética

Quando clama por perdão.

A palavra não me assusta

Tampouco eu assusto a palavra

Exalta-se cada vez mais manso

Insiste calmamente brava

A lua espelha-se no remanso

Quem vê não pode resistir

Não julguem minh’alma frenética

Que insiste por insistir.

A palavra não me acusa

Nem eu acuso a palavra

Quanto mais eu a cultivo

Tanto mais ela me lavra

Livra-me do apelo indolente

Pois sabes que não irei resistir

Inocentem minh’alma dialética

Só uma palavra irá me remir.

Ademar Siqueira
Enviado por Ademar Siqueira em 26/12/2017
Código do texto: T6208971
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