FIM DE LINHA.
Nem percebi
e mais um ano se passou,
num virar de páginas
num pular de números
e num recomeçar escandaloso
lá se foi o ano,
o natal foi como um piscar
de olhos,
não se faz natal
como antigamente.
nossas mentes não fixam
mais o poder da fé,
perdemos pelos caminhos
a capacidade da reflexão,
perdemos a magica das novenas
e o encanto do presépio,
nos tornamos escravos
desavisados das tecnologias,
mergulhamos na louca
ilusão da modernidade,
nos tornamos seres petrificados,
nosso abraço de feliz natal
está um tanto sem sal ,
e nossos olhares já não
buscam em noite de natal
a estrela guia,
o tempo se tornou fugaz,
já não é o suficiente para
dobrarmos em preces,
quanto mais a humanidade
avança no conhecimento,
mais recuamos na fé,
nada nos satisfaz ,
essa fome insaciável pelo
desconhecido
ainda vai nos tornar grandes
boçais,
a tempos que sinto a falta
do natal real,
onde Jesus era o personagem
principal desta passagem,
hoje inverteu-se tudo,
papai Noel se tornou evidente,
depois, bem depois vem Jesus,
um foi criado pelo criador,
outro pelas mãos promiscuas
do capital,
fim de linha ,
acredito, que o céu saiu dos
nossos corações,
como essa inspiração que por
horas me abandona.