DIGNO FUNERAL
Morrer por morrer,
sem ser enterrado em Juazeiro do Norte,
não tem a menor graça,
qualquer defunto perde o tesão.
Uma morte, para ser digna,
exige um belo enterro em Juazeiro.
De preferência num enorme caixão (2x2)
e sem alças, para dar trabalho ao Manoel Sales.
Quero um caixão com as cores do meu ICASA
pra deixar a torcida do GUARANY puta de raiva.
Não quero um cortejo vapt-vupt...
Da Rua Boa Vista ao cemitério do socorro é um pulo.
Quero uma volta olimpica no centro da cidade
só prá ouvir os falatórios e os elogios retardados.
Uma parada triunfal na Praça Padre Cícero,
de preferência com o ataúde na vertical.
Não terei problemas, pois estarei portando cinto de segurança
Adoraria subir a Rua São Pedro na contramão
somente para provocar consgestionamentos, xingamentos.
Quero os ex-peladeiros acompanhando o cortejo,
todos bem comportados, eu exijo.
Nada de palavrões, um pouco de decência
não fará mal a ninguém.
Exijo as presenças de: Arthur Dantas, Buzuleta, Sabão,
Bolacha, Ciço Ladeira, Nêgo Beto, Antonio Babão,
Antonio Careca, Gutemberg, Ciço Gás, Zé Punçao,
Caveirinha, Nicássio, Tico Peneirinha, Fumaça,Orelhão
Bico Fino, Antonio Pandeiro, Anselmo, Joca, Zezão,
Por favor, não esqueçam de cobrir a cova,
meus amigos são completamente desligados,
e no meu epitáfio, discretamente brega: Enfim só.
Autor Benedito Morais de Carvalho (Benê)
OBS-Poema Revisado