Natal

Deixo fluir o espírito do Natal

que bate forte, no fundo do meu peito.

Permito esvair-se de mim todo o mal,

toda mágoa... e o sofrimento não refeito

pela ventura que possuí um dia...

porém, que se foi com os entes que partiram.

Pra exorcizar a grande melancolia,

por tantas perdas que outrora me feriram,

concedo doer, sangrar toda essa dor,

que sem piedade, desluz minha alegria.

No entanto, talvez... quando possível for,

quero mergulhar minha alma, hoje vazia,

na profusão de luzes incandescentes,

que enfeitam e dão vida às noites natalinas;

Avigorar as cores evanescentes

da minha vida, torná-las cristalinas.

Só assim encontrarei algum lenitivo,

para aceitar minha crua realidade,

para secar este meu pranto aflitivo,

destravado na solidão da saudade.

Para afastar a tristeza abominável

que me rasga a alma com seu punhal,

permito-me afundar no imponderável,

pra renascer, do nada, neste Natal!

Iacoe Michaela
Enviado por Iacoe Michaela em 25/12/2017
Reeditado em 03/01/2018
Código do texto: T6207872
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