GARRA SEM FARRA

A caneca estava cheia...

Cheia trasbordando até a boca

aquela boca branca sem batom

fazendo bigode, na cor de nuvens alva

satisfazendo o semblante da saúde

realçado a cara... N'aquela manhã,

orvalhada, sem peia, sem candeia

já se fazendo alvorada.

Mas o leite estava quente...

Saído do fogo fervendo!

Com sua garra, sem farra...

Causando medo em seu enredo,

expelindo fumaça, eloqüente

Sem segredo nem arruaça,

Tudo sedo, muito sedo!

Sedo de gente,

e de esperança quente

... Temente.

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 23/12/2017
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