Morada Margarida
Não tarda eu explodir
Arrebentar em dúzias de versos
Abrir-me todo em poemas
Saber-me todo a desejos
E replicar-me todo em carinhos
Pelos confins do Universo
Soltar-me todo em pedaços
Pedaços escravos do vento
Douradas línguas de pólen
Farândola dos elementos
Manchete da capa da revista:
- Naquela margarida já morou um homem.
(Brasília, DF, 1984)